sábado, agosto 25, 2007

Formula 1 - 2007 - desenhando o cenário

Campeonato incomum. Muito incomum. Na verdade, o mais incomum de todos os tempo.

Antes de falar das duas estrelas (McLaren e Ferrari), vou dar um giro no resto do grid.

Três equipes correm destacadas de todo o resto. Honda, BMW e Spyker.

A Spyker, como era de se esperar, teve o pior desempenho do campeonato. Os fatos que merecem destaque sobre ela são: atropelaram e mataram um roedor no Canadá; Yamamoto depois de muito tempo assumiu um banco e fez muito feio como era de se esperar; colocaram espaços de publicidade nos carros à venda no eBay, e as vendas foram muito mal, como também era de se esperar.

A Honda desenvolveu muito mal o carro. Túnel de vento descalibrado? Tudo bem, mas matar o Barrica e o Button é sacanagem. Barrichelo nunca foi um às com ar de campeão, mas está longe de ser tão ruim como os japas. Aliás, quando não há como competir com outros times, o melhor parâmetro para avaliar o desempenho é o próprio companheiro de equipe. E nesse ponto o Barrichelo foi ligeiramente melhor que o Jenson Button (que também é um bom piloto).

A BMW, forma um pelotão de dois. Mais rápido que todo o resto e menos que as estrelinhas do circo. Kubica e Heidfeld correm um contra o outro, sob a tutoria de Mario Theissen. A BMW declaradamente quer brigar pelo título daqui a dois ou três anos. E se a evolução continuar assim creio que isso não seja factível.

Das estrelas começo com a Ferrari. É nítida a falta que Ross Brawn, o homem das contas malucas, está fazendo. O gnomo de jardim Jean Todt continua enfeitando os paddocks do mundo sem acrescentar muito à equipe. Também dá pra sentir a falta de um campeão desenvolvendo o carro, apesar do trabalho de Massa e Raikkonen estar muito bom. Creio que eles fazem melhor, e isso não é pouco.

Agora, dentro da super-hiper-duper-mega-plus-ultra-flex prateada equipe que vai papar o mundial este ano há muito o que dizer. E não é do escândalo. Ron Dennis perdeu uns 5 anos de vida por conta das picuínhas e do clima tenso.

Lewis Hamilton, a grande estrelinha, pupilo de Dennis, foco da mídia, se queimou. Pode faturar o campeonato, mas sem glórias. Depois do "fuck you" a Ron Dennis, ele não vai conseguir nenhum assento junto a Briatore, Todt e Theissen. A insubordinação, o fato dele achar que é o dono da equipe, creio que que foi extremamente prejudicial à sua imagem. Mesmo na época Senna-Prost, onde a rivalidade incendiava a McLaren, nunca se viu uma coisa dessas.

Fica sempre sob as asas do papai, usa a telemetria do atual bicampeão mundial e não respeita nem que o colocou no cockpit onde se encontra e paga seu salário.

Nunca gostei muito do jeito do Alonso, meio arrogante, mas verdade seja dita, ele trouxe uns belos 6 ou 7 décimos de segundo no desenvolvimento do carro. Acho correta a indignação dele com a equipe e com o companheiro.

Hamilton pilota bem, mas se não fosse por Alonso contribuir com o desenvolvimento e a telemetria duvido que hoje ele estivesse liderando o campeonato.

O que me deixa mais puto é o estardalhaço em cima do "fenômeno" Hamilton, como se ele fosse o fodão. Aposto que se Kubica, Nico Rosberg, Jenson Button, ou mesmo Alonso e Raikonnen tivessem tido o mesmo apoio no início de carreira também não fariam muito diferente. Digo mais: acredito piamente que teriam feito melhor.

Do resto só destaco a saída (tardia) de Scott Speed e o nem-fode-nem-sai-de-cima do Heikki Kovalainen.

Speed, que nunca fez jus a seu sobrenome, era um baita arrogante, que se achava a última empada da festa e nunca ajudou a Toro Rosso a desenvolver o carro, nem pilotou melhor do que Liuzzi (que não é lá essas coisas, mas pelo menos sabe disso).

O Kovalainen é um mistério. Era mais uma grande promessa vinda da GP2, foi piloto de testes da Renault, e teve uma tímida participação. Fez corridas péssimas, mas quando estava para dar lugar a Nelsinho Piquet vai lá e faz umas corridas legais, largando e chegando à frente de Fisichella. Mas aí volta a ficar medíocre, depois volta a ser bom.... a falta de constância dele é deixar qualquer um estarrecido. Mesmo assim continuo achando ele um cara de sorte: a maioria das pessoas tem 2 pés e ele está prestes a ganhar mais um... bem no meio da bunda.

té+

sábado, agosto 18, 2007

Como fazer sucesso na indústria do cinema

A princípio há de se escolher o tema:
- animação 3D com bichinhos malcriados falantes e piadas in-a-box;
- ação com uma releitura de "A Caverna" de Platão, cheias de filosofia pseudo-oriental e frases de efeito;
- reprodução alguma HQ, mesmo que desconhecida do grande público;
- thriller ou comédia com adolescentes/jovens adultos, e neste caso o enredo pouco importa, desde que se tenha uma escola ou faculdade como cenário, sangue e sexo, além de uma dose cavalar de maniqueísmo.

Depois, se o filme estiver à venda na porta do cinema durante à estréia por R$ 10,00, e depois de dois meses o camelô mais próximo à sua residência ainda continuar com mais de 10 cópias para vender diariamente não pesteneje: faça uma trilogia (dependendo do sucesso das seqüencias a trilogia pode ser de 4, 5, ... filmes).

Sim, se você fizer sucesso, vai perder algum dinheiro com o não pagamento de royalties em capas de cadernos, revistas para adolescentes femininas, papéis de parede, ringtones... se for HQ ou animação ainda há a perda por material escolar, artigos para festa de criança, enfeites de loja, e tudo quanto é tranqueira que se vende na rua 25 de Março em São Paulo, mas não tem problema, o que vale é a diversão.

Té+