Sustentabilidade - onde entra a questão energética?
Nesta sexta-feira (dia 31/03/2007) apresentei um seminário sobre conservação de energia no setor de transportes. Eu tinha que fazer uma resenha, baseada nesse trabalho aqui, feito na UFRJ. Também cabia uma complementação do grupo, e, durante as pesquisas na internet encontrei informações que passam geralmente desapercebida.
Um ponto importante é que o termo sustentabilidade, muito utilizado no momento, também traz implícito o uso racional da energia. Geralmente os temas ligados a esse termo são de cunho ambiental, e a maioria dos artigos veiculados na mídia tem um tom passional ou alarmista regando os fatos.
Assim, tão importante quanto desenvolver tecnologias "limpas" e renováveis, é também o uso racional dos recursos que nós temos disponíveis.
Um dos pontos que foi trabalhado neste seminário foi o da eficiência energética dos motores dos automóveis. Pesquisando aqui, lá e em vários lugares, descobri
que o dito vilão entre os combustíveis, o diesel, é o que apresenta os motores com a tecnologia que melhor aproveita a energia gerada na sua combustão. E isso vai mais além, um estudo dirigido feito pela SAE conclui que é mais viável desenvolver tecnologias que reduzam a emissão de poluentes (biodiesel, filtros, etc...) para o diesel do que desenvolver tecnologias que aproveitem melhor a combustão do GNV.
Tá certo que o GNV polui absurdamente menos, e é o combustível que apresenta o menor custo por km rodado, ou ainda por watt gerado no caso das termoelétricas. No entanto, do ponto de vista energético ele ainda tem um longo caminho a trilhar rumo à uma tecnologia de eficiência satisfatória.
Uma outra coisa onde andei dando uma olhada foi nos carros híbridos. Apesar de consumirem bem menos combustível, a eficiência para aproveitar a energia gerada praticamente em nada difere dos carros comuns à combustão. Além disso são absurdamente mais caros.
O pulo-do-gato na área da tecnologia automobilística parecem ser os dispositivos destinados a reaproveitar a energia que era perdida nas freadas. O sistema elétrico ainda é muito caro, além de aumentar consideravelmente o peso do carro, que força com que os fabricantes usem materiais mais leves e fortes para fazer outras partes do carro, e geralmente esses materiais são também mais caros; o que encarece pra burro o projeto final.
Mas a Ford divulgou uma pesquisa de um dispositivo que armazena essa energia perdida nas frenagens na forma de ar comprimido. Ao todo o carro precisa de apenas mais 30 kg para ter esse sistema; e espero que em breve esta tecnologia esteja nas ruas, pelo menos a previsão deles era essa. Leia mais aqui.
A francesa Peugeot também lançou agora em fevereiro um híbrido diesel-elétrico, de alto rendimento energético. Leia mais aqui.
Se quiser saber sobre o funcionamento dos carros híbridos (e de mais um monte de coisas), recomendo entrar aqui.
Enfim, dependendo da ótica e da dimensão da análise, é claro muitas soluções diferentes aparecem. Para o transporte de cargas e pessoas a longa distância ainda valem o transporte ferroviário e o hidroviário, que são os mais eficientes. Para cidades pequenas e planas, ou para projetos intra-bairro, valem o incentivo à caminhada e ao ciclismo. Para as grandes cidades, transporte público (dependendo da dimensão sobre trilhos, ou corredores de ônibus). Até mesmo o uso da tecnologia da informação para se evitar o transporte é válido, como por exemplo o uso da internet, dos celulares, dos rádios móveis, de PDA's, etc...
O importante é que se use os recursos da forma mais inteligente, racional. E isso tem vários impactos, não só ambientais, mas desde qualidade de vida até uma forte influência sobre a competitividade de um país. Você pode ligar isso a vários indicadores como o IDH, o PIB, a renda per capta, a posição de competitividade no Fórum Econômico Mundial, risco país, etc...
É, acho que deu para propagar a idéia.
Té+
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