Lixo eletrônico - Tipo 2
Dando continuidade às novas formas de lixo, trataremos agora do lixo virtual: informações de baixa qualidade, fúteis, ou ainda indesejadas compõe essa classe de poluição.
Com o aumento de usuários dotados de uma conexão banda larga, o conteúdo da internet pode ser ampliado. Páginas que antes demoravam para carregar porque tinham 3 imagens, dando tempo para ir tomar café, cederam lugar a páginas multimídia. Mas a coisa foi muito além. Em pouco tempo nos deparamos com páginas que pareciam comercial de cerveja no intervalo do jogo, com letras aparecendo de todos os lados, figuras girando, rodopiando, ou aqueles filminhos introdutórios que saturam a bolsa escrotal de qualquer cidadão... coisa pra molóide, um inferno. Agora, mas só agora, coisa do final de 2005 pra cá é que muitas empresas pararam de apostar na fanfarra, e decidiram usar do bom senso, para manter a estética com limpeza e leveza, e ainda assim, tem gente que persiste no erro.
Para mim isso é comparável à poluição visual e sonora de uma grande metrópole: outdoors, banners, cartazes em postes, ônibus, prédios... o cara da pamonha, e os panfletinhos e marchinhas de época de eleição. Ô vida...
A web 2.0 também veio a contribui com esse cenário. Serviços como Orkut, Youtube, Rapidshare e os próprios blogs são seminais para a proliferação da informação fútil e/ou de baixíssima qualidade em profusão.
A quantidade de informação produzida por ano está aumento em proporções astronômicas. Em 2006, um levantamento da empresa de consultoria IDC apontou que a quantidade de informação produzida só em 2006 é de 161 exabytes (sim é exa, não hexa; um exabyte = 1bilhão de gigabytes). Tornando esses números mais palpáveis, essa quantidade de informações é equivalente a 330 milhões de anos de música em MP3, ou ainda 3 milhões de vezes a quantidade de informação já publicada em livros desde o início da humanidade.
Tá certo, o número é meio mascarado. Ele não se refere apenas a textos escritos, mas a toda forma de informação (som, imagem, vídeo), e em termos de computação, uma imagem vale muito mais que mil palavras, imagine então um vídeo no youtube.
Apesar desse mascaramento não há como negar que um dos fenômenos que ocorrem é a publicação sobre a mesma informação, com mais ou menos qualidade, tornando o serviço de garimpo de boas fontes e referências cada vez mais difícil.
O spam continua também contribuindo com uma parcela muito significativa do tráfego de lixo pela internet. Segundo relatório da empresa de consultoria Postini, em dezembro de 2006, 94% dos e-mails que circularam pela rede eram spam. E em 2006 o aumento dessa prática chegou aos 147% em relação a 2005.
Do meu míope ponto de vista, todos esses experimetalismos com tecnologia passarão por períodos muito ingratos. Isso porque a maioria das idéias de uso da tecnologia são ótimas, mas o lado comercial proveniente do mercado, que encara eufórico cada inovação tecnológica na internet como um grande painel publicitário, e o lado imaturo dos teens, que usam essas ferramentas para publicar seus diários e piadinhas.
Acho que a qualidade deste meio de comunicação só virá com o amadurecimento da sociedade. Enquanto isso, vamos garimpando no santo google, e usando o bom e velho boca-a-boca (ou seria mensagens e e-mails?) para repassar as boas fontes que conhecemos. Ignorando as toneladas de spam que recebemos, e, é claro, usando as ferramentas às quais temos acesso com moderação.
Té+.
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